A corrente nominal ou corrente de projeto (Ip) é a corrente que os condutores de um circuito, seja terminal ou de distribuição, deve suportar, levando em conta apenas as suas características nominais. Aplicando-se a esta os fatores de correção de temperatura (FCT) e de agrupamento (FCA), obtém-se um valor fictício de corrente chamado de corrente corrigida (In').
A corrente corrigida é o valor efetivamente utilizado para o dimensionamento dos condutores. A corrente corrigida final de um circuito é obtida pela situação mais crítica nos condutores deste circuito, visto que tanto a corrente de projeto como o fator de agrupamento variam trecho a trecho. No caso de circuitos com duas ou três fases, a corrente corrigida refere-se à maior corrente corrigida nas três fases.
A Tabela 42 da NBR 5410/2004 apresenta os fatores de agrupamento para diversas maneiras de instalar os condutores. Das possibilidades definidas, o módulo Elétrico utiliza duas condições padrões, que são:
- Em feixe: ao ar livre ou sobre superfície; embutidos; em conduto fechado;
- Camada única sobre parede, piso, ou em bandeja não perfurada ou prateleira.
- Utilizar eletrocalha sem tampa.
- Incluir repetições nos condutos.
- Alterar o caminho da fiação.
- Lançar mais condutos.
- Ignorar o FCA.
- Alterar manualmente o FCA.
1 - Utilizando eletrocalha sem tampa
Se em seu projeto forem utilizadas eletrocalhas, uma forma de melhorar o FCA aplicado nesses dutos é utilizando eletrocalha sem tampa.
Como mencionado anteriormente, o módulo Elétrico utiliza duas condições padrões. Ao utilizarmos uma eletrocalha com tampa (Tipo - Retangular) o programa utilizará a opção "Em feixe: ao ar livre ou sobre superfície; embutidos; em conduto fechado" para obter o FCA, que possui valores mais críticos e ao utilizarmos uma eletrocalha sem tampa (Tipo - Retangular aberto) o programa utilizará a opção "Camada única sobre parede, piso, ou em bandeja não perfurada ou prateleira" para obter o FCA, que possui valores menos críticos.
Por exemplo, se no caso abaixo for utilizada uma eletrocalha com tampa, o FCA aplicado seria 0,6. Ao utilizar uma eletrocalha sem tampa, o FCA aplicado será 0,73.
2 - Incluindo repetições nos condutos
Como o FCA é determinado através da quantidade de condutores pertencentes a circuitos diferentes que passam por um conduto, uma forma de aumentar o FCA é dividir a fiação dos circuitos para que passem por mais condutos.
O módulo Elétrico possui uma opção que permite o lançamento de condutos com repetições apenas editando as propriedades do conduto.
Lançando os condutos com repetições a fiação será dividida em quantidades iguais em cada repetição.
Por exemplo, se no caso abaixo não existissem repetições, existiriam 2 circuitos passando pelo conduto, e desta forma, o FCA aplicado seria 0,8. Ao alterar o número de repetições deste conduto para 2, o programa entende que existe 1 circuito passando por cada conduto, e o FCA aplicado será 1,00.
3 - Alterando o caminho da fiação
Para passar a fiação de um circuito, quando há mais de um caminho possível, o módulo Elétrico insere a fiação pelo caminho mais curto. Contudo, caso o usuário deseje, é possível modificar o caminho feito pela fiação.
Essa alteração do caminho da fiação torna-se interessante quando por um mesmo conduto estão passando condutores de muitos circuitos diferentes e por outro conduto, que também seja um caminho possível, passam menos condutores de circuitos diferentes.
Redistribuindo esses condutores por mais condutos, de modo que a quantidade de circuitos diferentes em cada conduto diminua, o FCA tende a aumentar e, consequentemente, o dimensionamento da fiação melhorar.
4 - Lançando mais condutos
Para que existam mais caminhos possíveis para a passagem da fiação dos circuitos, podem ser lançados mais condutos para interligar as peças no projeto.
Para exemplificar, tomemos como exemplo um quadro de medição (QM1) e três quadros de distribuição (QD1, QD2 e QD3) associados a ele. Existem algumas possibilidades para o lançamento dos condutos para interligá-los. Os caminhos por onde a fiação poderá passar dependerá da quantidade de condutos lançados. Abaixo temos essas possibilidades demonstradas, bem como, o FCA para cada caso.
a) Um único conduto sai do QM1 e interliga os QDs:
Desta forma, o trecho de conduto mais crítico para o FCA é o trecho que sai do QM1 e chega ao QD3, pois a fiação de todos os circuitos está passando por ali. Assim, o FCA de todos eles será 0,70, como pode ser observado na imagem abaixo:
b) Dois condutos saindo do QM1:
Desta forma, o trecho de conduto mais crítico para o FCA é o trecho que sai do QM1 e chega ao QD1, pois a fiação de dois circuitos diferentes está passando por ali. Assim, o FCA do QD1 e do QD2 será 0,80 e do QD3 será 1,00, como pode ser observado na imagem abaixo:
c) Três condutos saindo do QM1:
Desta forma, por cada conduto que está saindo do QM1 passa apenas a fiação de um circuito, o que consequentemente, torna o FCA unitário, como pode ser observado na imagem abaixo:
5 - Ignorando o FCA
O usuário pode optar por ignorar o FCA para o dimensionamento dos condutores. Contudo, deve estar ciente de que essa situação não é prevista nas normas e o uso deste item é de responsabilidade do usuário.
6 - Alterando manualmente o FCA
O usuário pode optar por informar manualmente o FCA que deverá ser utilizado para o dimensionamento dos condutores de um determinado circuito. Contudo, deve estar ciente de que essa alteração é de responsabilidade do usuário, devendo ele se atentar aos parâmetros normativos.