Lajes

Laje em balanço: resolvendo o dimensionamento com o uso de regiões maciças

Durante o desenvolvimento de projetos estruturais no Eberick, o engenheiro pode se deparar com erros de dimensionamento devido a momentos negativos muito altos nos apoios de alguns tipos de lajes ou ainda constatar deformações excessivas (flechas). Em lajes unidirecionais, como as pré-moldadas e treliçadas, também pode encontrar restrições ao engastamento da laje, que não é permitido no sentido paralelo às vigotas. No caso de cargas de parede lançadas sobre as lajes unidirecionais, podem surgir erros de dimensionamento das armaduras positivas devido a esforços elevados sobre as vigotas. Em todas estas situações, o lançamento de uma região maciça se mostra como uma solução inteligente para o dimensionamento das lajes, evitando a necessidade de modificar outros fatores, como o tipo de laje adotada ou mesmo a espessura considerada.

Laje em balanço

Em lajes pré-moldadas, cujas vigotas de ambas as lajes adjacentes não se encontrem perfeitamente perpendiculares à viga sob a qual se dá a continuidade (como na figura a seguir), não existe a possibilidade direta de engastamento:

Figura 1 – Laje em balanço associada à laje interna

Isso se deve ao fato de que, nessa posição, a laje não possui massa para absorver esforços de compressão oriundos dos momentos negativos pois o enchimento é considerado como material inerte, ou seja, despreza-se a sua resistência:

Figura 2 – Momento de continuidade entre lajes comprimindo os enchimentos (situação indesejável)

Caso o usuário aplique um engastamento entre as lajes nesta situação, será exibido o Erro L17 - Engastamento inválido ao tentar processar a estrutura. Para permitir o engastamento entre lajes na situação vista na Figura 1 pode-se criar uma região maciça que servirá ao propósito de resistir aos momentos negativos na continuidade:

Figura 3 – Momento de continuidade entre lajes comprimindo a região maciça (situação desejável)

Como exemplo foi criada uma região maciça no interior da laje L2, como visto abaixo:

Figura 4 – Laje em balanço associada à região maciça

O comprimento da faixa da região maciça em situações similares ao Exemplo 1 deve ser definido de modo que ocorram momentos negativos somente nessa região, evitando assim que ocorra compressão nos blocos de enchimento da laje. Para saber se o comprimento do maciço está adequado deve-se visualizar os momentos fletores do maciço através da grelha, acessada pelo ícone  da janela de dimensionamento das lajes do pavimento. Acessar o modelo “Elástico – Fletores”:

Figura 5 – Grelha de momentos fletores das lajes

Pela grelha, verifica-se que as barras mais externas do maciço têm momentos positivos. Assim, está garantida a atuação do momento negativo apenas no maciço criado e consequentemente não haverá compressão nos blocos de enchimento da laje. Caso contrário, se os momentos fossem negativos, seria necessário aumentar o comprimento da região maciça criada.