O reservatório de águas pluviais é responsável por armazenar a água captada de telhados e áreas não circuláveis, de modo que esta seja aproveitada para fins não potáveis, como o abastecimento de torneiras de jardim e vasos sanitários. Assim, torna-se essencial compreender os diferentes métodos de cálculo a serem adotados para obter a capacidade deste elemento de reservação.
Método de Rippl
Técnica frequentemente utilizada na estimativa da capacidade do reservatório de água da chuva. É dependente do volume de água no reservatório no decorrer do tempo que, por sua vez, é a diferença entre o volume necessário para o consumo e o volume de chuva aproveitável no tempo.
Volume do reservatório (V)
A capacidade do reservatório é obtida do somatório do volume de água disponível em cada período analisado, para valores positivos:
para valores de S (t) ≥ 0
Em que,
- V: volume útil estimado para o reservatório, em m³;
- S (t): volume de água disponível no reservatório no tempo t, em m³.
Volume de água disponível no reservatório (S)
A disponibilidade de água no reservatório para um dado tempo compreende a diferença entre o volume da demanda e o volume de chuva aproveitável considerados neste mesmo período:
sendo que ∑ D(t) é menor que ∑ Q (t)
Em que,
- S (t): é o volume de água no reservatório no tempo t, em m³;
- D (t): demanda ou consumo no tempo t, em m³;
- Q (t): volume de chuva aproveitável no tempo t, em m³.
Demanda de água mensal por ano (DM)
Para que o consumo de água no tempo seja admitido no dimensionamento do reservatório, cabe incluir as demandas mensais, em m³, junto ao campo Demanda mensal (m³/ano) na janela Propriedades do reservatório.
Ao inserir os valores referentes a cada mês o programa calculará uma média aritmética simples, considerando 12 meses de um ano:
Volume de chuva aproveitável (Q)
Possibilita o emprego de séries históricas mensais ou diárias de precipitação, é dependente do coeficiente de escoamento superficial e consumos mensais de água, e é calculado a partir da equação abaixo:
Em que,
- Q (t): volume de chuva aproveitável no tempo t, em m³
- C: coeficiente de escoamento superficial, ou de Runoff, adimensional;
- CMM: chuva média mensal, em mm;
- A: área de captação, em m²;
- 1/1000: conversão de unidade mm para m.
Coeficiente de escoamento superficial (C)
Indica a proporção de água precipitada que escoa superficialmente, varia de 0 a 1, e pode estar associado a uma chuva isolada ou um intervalo de tempo de ocorrência de diversos eventos de precipitação. Para que o coeficiente seja admitido no dimensionamento do reservatório, cabe preenchê-lo no campo Coeficiente de Runoff na janela Propriedades do reservatório.
Precipitação (CMM)
Diz respeito à chuva média mensal obtida da série histórica mensal ou diária de precipitação. Para considerá-la, cabe incluir a chuva média para período de tempo, ou seja, cada mês, em mm, no campo Chuva média mensal (mm) na janela Propriedades da edificação.
Observação: Na janela Edificação, selecione o comando Editar propriedades. Em seguida, na aba Projetos, localize o grupo Projeto hidráulico - Alimentação.
Área de captação (A)
Área contribuinte para coleta de águas pluviais. Para que a área de captação seja admitida no dimensionamento do reservatório, cabe preenchê-la no campo Área de captação (m²) na janela Propriedades do reservatório.
Observação: Após qualquer alteração de parâmetros que influenciem no seu dimensionamento, utilize o comando " Processar" para que as informações de cálculo sejam atualizadas.
Com este artigo técnico, é possível compreender o dimensionamento do reservatório de água da chuva pelo Método de Rippl para reserva de águas pluviais em seu projeto hidráulico. Para gerar o relatório do dimensionamento do reservatório, o procedimento é equivalente ao descrito no artigo técnico Como gerar o relatório de dimensionamento de uma unidade de tratamento?.