Protensão

Configuração de armadura mínima sobre pilares em lajes protendidas

A NBR 6118 de 2014 em seu item "19.3.3.2 Armaduras mínimas" define prescrições a serem obedecidas para a obtenção de armaduras passivas mínimas, sendo que especialmente para as armaduras passivas negativas de lajes lisas ou lajes-cogumelo com armadura ativa não aderente, a norma traz uma abordagem diferenciada, que por vezes pode gerar taxas elevadas de armadura.

Visando um maior controle sobre o dimensionamento de armaduras passivas negativas sobre pilares em lajes protendidas, o AltoQi Eberick disponibiliza ao usuário do módulo Concreto Protendido, além da metodologia normativa, uma forma alternativa para limitar a taxa de armadura caso o usuário deseje. 

Com o intuito de facilitar a compreensão da configuração, apresentamos neste artigo mais detalhes sobre ela.

Armadura negativa passiva mínima sobre pilares

De acordo com o item "19.3.3.2 Armaduras mínimas" da NBR 6118:2014, a armadura negativa passiva mínima sobre pilares para o caso de lajes lisas ou lajes-cogumelo com armadura ativa não aderente, é obtida da seguinte maneira: Sendo:

  • h = altura da laje;
  • ℓ = vão médio da laje medido na direção da armadura a ser colocada.

Essa armadura deve cobrir a região transversal a ela, compreendida pela dimensão dos apoios, acrescida
de 1,5 h para cada lado. Cabendo lembrar que conforme o item "20.3.2.6 Armaduras passivas e ativas" da mesma norma, devem ser dispostas no mínimo quatro barras na face tracionada da região em questão, além de que as barras devem ser espaçadas em no máximo 30 cm e estendidas até uma distância mínima de 1/6 do vão livre na direção da armadura considerada, a partir da face do apoio.

Na faixa de abrangência da armadura mínima é comum que existam picos de momentos, os quais costumam gerar tensões de tração superiores às admissíveis no concreto. Em função disso, concentrar as armaduras sobre os apoios se faz necessário para controlar a fissuração na região em questão.

Apenas como exemplo, abaixo segue uma demonstração da região de abrangência para uma armadura posicionada na direção X para os casos de lajes lisa (apoiada sobre o pilar sem capitel) e cogumelo (apoiada sobre pilar com capitel):



Configuração de armadura mínima sobre pilares

Conforme já citado, o processo de obtenção de armaduras passivas mínimas por vezes pode resultar em taxas elevadas de aço, principalmente em função da dificuldade em se definir de maneira automática o vão a ser utilizado para o cálculo normativo.

Diante desse cenário, o projetista tem a liberdade de utilizar um processo alternativo no AltoQi Eberick, o qual permite definir uma taxa máxima para a armadura mínima negativa passiva sobre os apoios em lajes lisas ou lajes-cogumelo com protensão não aderente. Essa taxa é calculada como uma porcentagem da área da seção de dimensionamento da laje. Sendo assim, para configurar um valor de porcentagem acesse Guia Estrutura > Configurações > Projeto > Dimensionamento > Protensão:

Com a configuração marcada, se a armadura mínima calculada conforme sugerido pelo item 19.3.3.2 da NBR 6118:2014 exceda a taxa máxima, o programa aplica a taxa máxima configurada.

Observação:  O usuário deve ter ciência que a aplicação dessa configuração resulta na utilização de uma armadura inferior à mínima definida na NBR 6118:2014.

De forma a demonstrar o uso da configuração, abaixo se encontram dois detalhamentos de lajes lisas protendidas, sendo que na primeira foi utilizado o critério normativo para obtenção de armaduras mínimas sobre os pilares, e na segunda foi utilizada a configuração destacada acima:


 

Sendo assim, em linhas gerais, ao adotar a configuração de dimensionamento de armadura através da limitação de taxa, é possível obter uma área de aço reduzida. Contudo, esta configuração deve ser utilizada com cautela, visto que ela deve resultar em uma quantidade menor do que a obtida pelo critério normativo.