Para solidarizar uma ligação entre um consolo e uma viga pré-moldada, normalmente são previstos pinos de ancoragem. Nesta série de artigos, mostrarei como o programa dimensiona estes elementos, passando por cada uma das verificações realizadas:
- Espaçamento entre pinos de ancoragem
- Comprimento de ancoragem para pinos (este artigo)
- Área de aço para resistir aos esforços combinados de tração e torção
- Tensão de aderência pino-adesivo e adesivo-concreto
- Verificação do cisalhamento no pinos
Comprimento de ancoragem para pinos
Para garantir que os esforços presentes na viga sejam repassados ao consolo de maneira satisfatória, é importante garantir que a ligação do pino com ambos os elementos esteja bem solidarizada. Assim, para o bom funcionamento desta ligação, é importante que o pino possua um comprimento suficiente para repassar estes esforços ao concreto.
A resistência de aderência de cálculo fbd entre armadura e concreto na ancoragem de armaduras passivas é determinada pela expressão no item 9.3.2.1 da NBR 6118:2014, conforme imagem abaixo:
Com a obtenção do valor da resistência de aderência de cálculo fbd, calcula-se o comprimento de ancoragem básico lb1, de acordo com 9.4.2.4 da NBR 6118:2014. Perceba que esta equação garante que, mesmo que o pino esteja solicitado até o escoamento (fyd), as tensões de contato não ultrapassarão o valor de fbd.
O comprimento disponível na viga e no consolo para a ancoragem dos pinos depende da geometria desses elementos e do cobrimento da armadura. Existem duas variações de formatos disponíveis para consolos, que determinam o cálculo do comprimento disponível para ancoragem. O consolo pode ser retangular ou trapezoidal, sendo que o comprimento disponível dependerá dessas características geométricas. Para um consolo retangular, por exemplo, basta subtrair o cobrimento do pilar cobpilar da altura do consolo hc:
Já para consolos trapezoidais, é possível considerar também a região do trapézio para a ancoragem, mantendo sempre um afastamento equivalente ao cobrimento do pilar. A mesma filosofia se aplica para as vigas, que podem ter um apoio retangular ou dente gerber. Neste último caso, é necessário descontar, além do cobrimento cobviga, também a altura do recorte hv.
Uma vez definido o comprimento de ancoragem disponível, podemos passar ao cálculo da área de aço que será utilizada, que é abordado no próximo artigo da série, Área de aço para resistir aos esforços combinados de tração e torção. Este comprimento será importante para determinar se há armadura suficiente para ancorar os esforços presentes nos pinos.
Colaborador: Fábio de Marchi Pintos
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