Configurações

Principais configurações de análise estrutural - Configurações gerais

Antes de efetuar a análise, dimensionamento e detalhamento dos elementos que compõem uma estrutura é necessário definir as configurações que serão utilizadas no projeto. Muitas destas configurações têm influência direta nos esforços obtidos e até mesmo no dimensionamento dos elementos que compõem o projeto.

Pode-se ter acesso a todas as configurações disponíveis no programa através do menu Estrutura - Configurações - Projeto - Análise:

 

Neste texto serão apresentadas as principais configurações "gerais" de Análise que devem ser definidas em projeto, estas configurações representam apenas uma parcela das configurações existentes no programa.

Geral

Redução no engaste para nós semirrígidos

Por meio deste item é configurada a porcentagem da redução da rigidez para a flexibilização de uma ligação semirrígida, comparada à vinculação engastada. De maneira básica, esta configuração influencia em quanto o momento negativo na vinculação viga-pilar irá diminuir quando aplicado um nó semirrígido. Quanto maior a porcentagem de redução no engaste, maior será a redução no momento negativo. Vale lembrar que a redução no valor do esforço de momento não será exatamente igual ao valor da redução na rigidez do nó, mas será influenciada por esta durante o processo do pórtico espacial.

Conforme descrito no item 14.7.3.2 Redistribuição de momentos e condições de dutilidade da NBR 6118:2014, os valores limites para a redução no engaste são:

  • 25% em estruturas de nós fixos;
  • 10% em estruturas de nós móveis.

No artigo Quando aplicar um nó semirrígido? você pode conferir como aplicar este item normativo e verificar a redução nas vinculações da sua estrutura.

Redução na torção para vigas

Nessa configuração, é possível definir qual percentual de redução na rigidez à torção de compatibilidade das vigas será utilizado no cálculo do pórtico. Recomenda-se utilizar valores entre 60 e 90%.

O item 17.5.1.2 da NBR 6118:2014 permite desprezar os esforços de torção atuantes em um elemento quando este não for essencial ao equilíbrio da estrutura e tenha adequada capacidade de adaptação plástica, calculando os demais elementos sem considerar os efeitos provocados pela torção a ser desprezada. No nosso artigo Torção de compatibilidade e de equilíbrio descrevemos a diferença entre elas, para auxiliar o projetista na compreensão desses dois casos.

Em diversas recomendações bibliográficas, permite-se reduzir o valor de rigidez à torção a ser utilizado no cálculo do pórtico, o que é altamente recomendável, visto que a seção de concreto armado, uma vez fissurada, perde a maior parte de sua rigidez à torção.

Redução na torção para pilares

Nessa configuração, as mesmas considerações utilizadas na descrição das vigas logo acima aplicam-se na redução da torção para pilares. É possível definir qual o percentual de redução na rigidez à torção de compatibilidade dos pilares será utilizado no cálculo do pórtico. Para saber mais, recomendamos também a leitura do artigo: Torção de compatibilidade e de equilíbrio.

Vale ressaltar que essa configuração aplica-se somente em casos onde a torção é de compatibilidade, e não faria efeito nos esforços torsores em casos de torção de equilíbrio exemplificada na imagem abaixo:

Aumento na rigidez axial dos pilares

O cálculo dos esforços via pórtico espacial considera, além de outros efeitos, a deslocabilidade axial dos pilares. Desta forma, um edifício alto contendo pilares de seções diferentes (como uma caixa de elevador, por exemplo) teria uma grande diferença nos esforços de um pavimento tipo para o outro decorrente de um efeito semelhante a um recalque diferencial para as vigas dos pavimentos superiores. Este efeito é importante e deve ser considerado mas, na prática, este efeito é amenizado pelo próprio processo construtivo, no qual os pavimentos inferiores já sofreram parte dos deslocamentos quando o superior for concretado.

O item Aumento na rigidez axial dos pilares permite ao usuário definir um multiplicador para a rigidez axial dos pilares (reduzindo a sua deslocabilidade) a fim de reproduzir o efeito construtivo. Nesta configuração, recomenda-se utilizar valores maiores para os pavimentos inferiores e menores para os pavimentos superiores. O uso de um valor elevado introduz na estrutura uma rigidez irreal que pode, em alguns casos, afetar negativamente os resultados.

Consulte também os artigos:

  1. Configurações de análise - Não linearidade física, geométrica e imperfeições globais
  2. Flexibilizar ligação entre viga e pilar-parede
  3. Como optar entre o modelo de análise integrado ou de grelha com pórtico espacial